domingo, 11 de março de 2012

Celular Big Brother

Ainda sobre liberdade e respeito. Sou chata mesmo!
Estive pensando sobre a lei do radinho de pilha. E se ela fosse revista e estendida ao uso de celulares?
Eu seria até mais radical num primeiro momento, tipo lei seca, e proibiria os bônus das operadoras de telefonia móvel, que fazem as cinderelas virarem abóboras à meia-noite, quando os créditos expiram. Ninguém, mas ninguém mesmo merece ouvir o festival de fofocas, futilidades e maledicências  ao voltar para casa à noite, num ônibus cheio. Parece que só acontece comigo, mas quase todos os dias uma criatura cheia de bônus senta perto de mim e começa a falar com outro desocupado, até os infinitos créditos acabarem. E ainda gritando: "Tá cortano! Tá caino! Fala mais alto! Tô no coletivu! Num tô ti ouvino". Nem vou falar sobre os temas das conversas... Afinal, vida alheia é vida alheia e só dá espiadinha quem acompanha os BBB's da vida. Particularmente, estou fora dessa.
E quando tribos diferentes  embarcam no mesmo buzão? A batalha torna-se torturante, um estupro otológico. Lá atrás estudantes juntam os celulares e MP's se revesando para guerrear com a turma mais à frente de outra escola. Cada galera quer impor sua preferência aos demais passageiros, como se quisessem catequizar os "sem som", pobres companheiros de infortúnio, que não possuem os tampões de ouvido como eu. Quando começam os "repentes", aciono meu gatilho de "off" e só vejo as cabeças balançando, numa coreografia digna dos piores pesadelos de hospício.
Será que não temos direito ao silêncio?
Lembra daquele cartaz de hospital com uma enfermeira bonitinha com o dedinho na boca pedindo silêncio? Façamos outdoors, indoors, banners, panfletagem nas esquinas e mala-direta com a imagem. Por que essa mídia? Porque os ouvidos estarão ocupados com a tempestade de ruídos que vão desde a fofoca da cinderela até o som maneiro da moçada.

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